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10 motivos para um pregador não gritar em suas ministração

10 motivos para um pregador não gritar em suas ministração

Muitas pessoas procuram os membros de nossa igreja ou até mesmo a mim como pastor para saber por que as pessoas não “glorificam a Deus” nos nossos cultos. A pergunta sempre é mal elaborada, pois a verdadeira curiosidade é saber por que os irmãos não gritam expressões como “glória a Deus” e “Aleluias” durante os nossos cultos. Alguns na verdade usam adjetivos como “frios” ou “crus” para estigmatizar e caracterizar nossa vivência enquanto igreja. Nestes últimos dias estive pensando que tipo de resposta devemos dar àqueles que nos consideram frios por causa do tipo de nossa liturgia e alistei, ao menos, dez motivos que abaixo relaciono:

  1. Porque Deus não é surdo – Algumas pessoas não evangélicas quando visitam algumas igrejas e saem do culto perguntando por que os crentes gritam tanto. Eles saem da igreja afirmando: “Deus não é surdo!”. Precisamos admitir que, neste sentido, elas têm razão ao afirmar isso. Nossos gritos não convencem Deus de que o amamos. Na verdade, deste ponto de vista, eles são desnecessários, pois a Bíblia diz que Deus conhece até os nossos pensamentos (Sl. 139.4). É verdade que Deus não é surdo, mas me permita ironizar, afirmando que se ele tivesse tímpanos como os nossos, certamente, incorreria no risco de ficar surdo pelo modo como algumas igrejas e crentes o cultuam. Nossas orações devem vir de corações apaixonados, mas isso não significa que temos de gritar desesperados como se Deus não estivesse ouvindo. Lembro-me que quando Elias desafiou os 450 profetas de Baal foram eles quem gritaram desesperados ao seu falso deus, enquanto Elias fez uma simples e sincera oração (1 Reis 18.36-40). Deus atendeu a oração de Elias sem precisar de gritos, mas os profetas de Baal não tiveram resposta porque clamaram a um deus falso. No caso de Jesus, a única vez que ele bradou aos céus foi quando estava na cruz durante seu suplicio (Mateus 27.46,50).
  1. Porque somos uma comunidade educada – A gritaria em algumas igrejas, antes de expressar um culto fervoroso, pode expressam mau educação. As crianças ficam assustadas, espanta alguns visitantes, e alguns incrédulos decidem nunca mais pisar o pé naquele ambiente religioso. Nós somos uma comunidade educada, pois glorificamos a Deus sem precisar gritar desordenadamente.
  1. Porque barulho não é sinônimo de unção, haja vista que lata vazia também faz barulho. Ao longo de minha vida cristã tenho percebido que muitos dos crentes que mais “glorificam” com gritos nos seus cultos também gritam descontroladamente com suas esposas em casa. O barulho nem sempre denuncia unção. Lembro-me de que quando o profeta Elias estava fugindo da rainha Jezabel e do rei Acabe, escondendo-se numa caverna no monte Horebe, Deus falou-lhe num cicio tranqüilo e suave (um sussuro amável), e não no meio de um vento, de um terremoto, ou de fogo que também passava (1 Reis 19.9-13). Deus estava respondendo a Elias de uma forma inesperada, no silêncio, contrariando todas as noções do profeta.
  1. Porque prezamos por um culto descente e ordeiro – O apóstolo Paulo instrui aos crentes em Corinto que o culto deve ser feito com ordem e decência. Naquela igreja era comum a desordem cúltica, onde diversos irmãos profetizavam, falam em línguas ou glorificam simultaneamente. O culto era uma gritaria desordenada e Paulo repreendeu os irmãos dizendo-lhes: “faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Coríntios 14.40)
  1. Porque não há base bíblica para estarmos gritando no culto. Simplesmente nenhum texto da Bíblia nos manda cultuar desta forma e, mesmo os textos do Antigo Testamento que apresentam o povo de Israel bradando, não servem de amparo para justificar a gritaria durante os cultos, pois eles não são relatos de um culto litúrgico, nem são aparados por qualquer ordem bíblica para assim o fazermos.
  1. Porque não queremos que os incrédulos escarneçam de nosso culto. A Bíblia diz que a mensagem do evangelho é loucura para os que se perdem (1 Coríntios 1.18). Assim, é de se esperar que alguns não crentes zombem do evangelho naturalmente por não entender, por exemplo, que através da morte de Cristo temos vitória, vida e salvação. Eles não crêem e zombam. Desta zombaria, porém, não nos importamos, porque ela é bíblica. Mas não podemos comparar esta experiência com a daqueles não-crentes que zombam após um culto repleto de gritarias anarquizadas. Não queremos dar motivos para os incrédulos escarnecerem de nós por procedermos de maneira desordeira.
  1. Porque não queremos atrapalhar as pessoas de ouvir a Palavra de Deus. Já fui para ambientes evangélicos em que não consegui entender os louvores, nem muito menos a pregação por causa de irmãos “espirituais” que gritavam mais alto do que o volume do som. São ambientes onde as pessoas saem dizendo que o culto foi uma bênção, mas, quando perguntadas acerca da mensagem, dizem que não entenderam nada “porque o fogo desceu”. No nosso culto a mensagem da Palavra é o centro, o momento em que Deus nos fala e precisamos dar toda atenção. Podemos glorificar a Deus, mas de uma forma que não atrapalhe as pessoas de ouvir e entender a Palavra de Deus.
  1. Porque estas expressões de culto são como coreografias aprendidas e repetidas sem voluntariedade. Os irmãos aprendem isso na liturgia e estão automatizados. Não há espontaneidade e, quando a coisa funciona assim, não é culto, mas religião fria e automática. Não vem do coração, nem mesmo da cabeça, mas é automático com um motor de um automóvel.
  1. Porque queremos oferecer um culto racional a Deus. É isso que o apóstolo Paulo nos diz: “que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Rm. 12.1). Um culto racional é um culto inteligente, no qual você entende a mensagem com a mente e absolve com o coração. Alguns cultos por ai a fora as pessoas não entendem o que está sendo pregado e gritam “Glória a Deus!”. Quantas vezes já ouvi alguém num certo culto glorificar a Deus depois do pregador dizer que o diabo veio para destruir. Quando isso acontece, o irmão não entendeu a mensagem ou não sabe o que significa “glória a Deus!”. É preciso dizer para ele: “não é ‘Aleluia!’ irmão, é ‘misericórdia!’.
  1. Porque não se mede um culto pela quantidade de glórias que se grita, mas pela sinceridade do adorador. No céu não existe um aparelho chamado “glorômetro”, com o qual Deus ou seus anjos meçam a qualidade dos cultos oferecidos. Por mais que possamos manifestar atos externos sinceros, é importante perceber que, às vezes, alguns irmãos procuram competir espiritualidade a partir da potência vocal de glórias no culto. Lembremo-nos que quem se preocupava em demonstrar espiritualidade eram os hipócritas (fariseus) e Jesus disse que sua recompensa era a dos homens (Mateus 6.5-8).

Entenda, querido leitor! Não estou querendo dizer que não devemos ter expressões de louvor a Deus; longe de mim querer partir para o outro extremo que proíbe qualquer tipo de manifestação espontânea de adoração. Encontramos na Bíblia diversos momentos de expressões verbais de culto e adoração pública. Nossa comunidade é o lugar onde estas experiências de louvor podem acontecer, mas sem perder a ordem do culto. Ninguém é proibido de louvar a Deus em nossa igreja, mas não queremos medir o poder de nossa igreja a partir da quantidade de gritos que emitimos durante o culto, nem queremos tornar isso uma coisa automática e desregrada.

Que o Senhor nos abençoe a ajude a trilharmos o caminho do equilíbrio

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