Um perfil do empresário Marcelo Odebrecht publicado neste domingo pelo jornal O Globo traz relatos de pessoas próximas que o apontam como alguém com inteligência "acima da média" ou "inteligência cartesiana", com capacidade de concentração fora do comum. Não à toa, o executivo, que está preso desde 19 de junho pela Lava Jato e foi indiciado pelo Ministério Público Federal por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, é um workaholic e dispensa a mesma atenção a diversos assuntos, de empréstimos no BNDES a publicação de reportagens na imprensa. Na empresa, Marcelo é chamado de Odebrecht III, por ter sucedido a presidência depois do pai e do avô. De acordo com um alguém próximo, ele é mais introvertido que o pai (Emílio) e menos carismático que o avô (Norberto), e tem como diferencial a inteligência e o preparo acadêmico para assumir o posto. Aos 45 anos, o executivo comanda um império que faturou, em 2014, R$ 107 bilhões – de uma receita de R$ 38 bilhões registrada em 2009. Marcelo Odebrecht comandou a estratégia de defesa da Odebrecht na Lava Jato – única companhia que bateu de frente com a força-tarefa da investigação. Obcecado por anotações, suas mensagens interceptadas pela Polícia Federal, por papéis, mensagens no celular ou e-mails, acabaram se tornando provas contra ele mesmo. A denúncia contra ele tinha mais material escrito do que qualquer outro investigado na operação para análise dos investigadores.