No último domingo (20), Flamengo e Bahia se enfrentaram. A vitória flamenguista e o grande jogo ficaram de segundo plano após a grave denúncia do volante Gerson, o volante do Mais Querido revelou ter sofrido racismo de Indio Ramirez.
Nesta terça-feira (21), o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, participou do Futebol Na Veia, da ESPN Brasil, e contou detalhes do papo que teve com Gerson e com Índio Ramírez.
“Nosso atleta afirma que não falou o que Gerson ouviu. Isso é importante, não pode significar uma redução da voz da vítima, foi o que falei com o Gerson, mas tem que ter direito de defesa ao Índio Ramírez. Minha fala foi de respeito e que a voz dele é relevante, ponto de partida para tudo. O Bahia estuda, não desceu de paraquedas no tema. A voz da vítima é importante e deve ser levada ao extremo”, disse Bellintani, que trouxe detalhes do papo com os dois jogadores.
“A conversa foi direta, objetiva, ligação de solidariedade, entender o processo para que compunha a nossa análise, investigação, tentando entender a forma mais firme o que aconteceu e partir para punições ou processos educativos. Não vamos abrir mão disso. Já ouvi o Ramírez três vezes, estamos levando a sério. Se tivesse que acontecer em algum clube, por mais que a gente sinta muito, aconteceu no Bahia, um clube que está preparado para o enfrentamento. Temos muito que aprender, mas estamos razoavelmente preparados”.
“Qual seria a frase que ele (Ramírez) teria falado? Ele disse que falou ‘vamos jogar sério’ quando passou pelo Gerson”, finalizou.
Gerson acusa Ramirez de racismo após a partida contra o Bahia:
“Quero falar uma coisa: tenho vários jogos pelo profissional e eu nunca vim falar aqui nada para a imprensa, até porque nunca sofri esse preconceito e nunca fui vítima nenhuma vez. Depois o Mano (Menezes) até falou ‘É, agora você é vítima, porque o Daniel Alves te atropelou’, mas teve respeito”.
“O Ramirez, quando a gente tomou o segundo gol, o Bruno Henrique fingiu que ia chutar uma bola, ele reclamou com o Bruno, e eu fui falar com ele, e ele falou bem assim para mim: “Cala a boca, negro”. Eu nunca sofri. Mas isso eu não aceito. Eu nunca falei de treinador, mas o Mano tem que saber respeitar. Estou vindo falando em nome de todos os negros do Brasil”, disse ao Premiere.
Nota oficial sobre acusação de racismo ➡️ https://t.co/Ym1jNbhOU8
“É indispensável, imprescindível e fundamental que a voz da vítima seja preponderante em casos desta natureza”. #BahiaClubeDoPovo pic.twitter.com/oRYSh8owzP
— Esporte Clube Bahia (@ECBahia) December 21, 2020
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