Butantan cria comitê para estudar produção de vacina contra varíola dos macacos
Surto mundial é preocupação entre os especialistas
Salvador, 6 de julho por David para o site Jornal Prime – O Instituo Butantan criou um comitê técnico para a produção de vacinas contra a varíola dos macacos. A iniciativa veio do polo em São Paulo e segundo eles a decisão é necessária para estar preparados para um possível surto da doença.
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, até o último domingo (03), o Brasil tinha 76 casos confirmações da varíola dos macacos. Até o momento o país não tem nenhuma vacina contra a nova doença. Além disso, de acordo com a portaria de criação do comitê é perceptível um aumento no índice de novos casos, o que logo pode se tornar uma preocupação maior caso a disseminação continue avançando.
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Produção do imunizante
Formado por cerca de 9 especialistas, o comitê deve cuidar dos primeiros passos para uma eventual produção da vacina no país. Neste momento, deve ser conduzidos estudos e apresentações de propostas sobre quais caminhos seguir na produção.
Também será necessário apresentar um estudo sobre a viabilidade. Anteriormente, o Instituto já produziu imunizantes contra a varíola humana, causada pelo vírus smallpox. A produção aconteceu durante a década de 1970 e logo encerrada quando a doença foi dita como erradicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“O Butantan tem experiência na produção de vacinas contra a varíola, apesar do vírus atual ser diferente do que circulou no passado. A tecnologia para a produção da vacina é diferente, por isso, a necessidade de começar a nos preparar”, comentou Dimas Covas, diretor do instituto.
Ainda segundo Covas, a oportunidade de iniciar o comitê neste momento é uma forma de se precaver. Vale lembrar que por ser um novo vírus, nem mesmo a OMS tem uma política de regras definidas sobre a importância de se imunizar contra a doença neste momento.
Por fim, Covas ainda reforça que só existem três produtores do imunizante contra a nova varíola dos macacos em todo o mundo atualmente. Isso faz com que a capacidade de produção em massa, caso necessária, também seja um problema com o iminente avanço da doença.
“É uma situação ainda desconhecida, não sabemos o tamanho que pode chegar. Mas o Butantan precisa estar preparado para uma eventual necessidade futura de vacinação. Muitos países já estão se preparando para essa possibilidade e nós também precisamos estar atentos”, completou Covas.
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